Síndico, hoje eu trago uma dica importante para você.
É sobre um tipo de situação que acontece toda hora nos condomínios.
Você provavelmente já foi procurado por um condômino irritado, estressado, desgastado por alguma coisa que ele diz que o vizinho fez ou está fazendo.
Coisas do tipo: “meu vizinho de cima faz um barulho insuportável de noite, pisa com muita força no chão ou arrasta móveis tarde da noite”.
Ou então: “o vizinho aqui do lado fuma e o cheiro de fumaça vem direto pro meu apartamento e me incomoda”
Ou ainda: “o outro condômino me caluniou, me xingou, me tratou com desrespeito”.
E aí geralmente esse tipo de queixa vem com pedido – na verdade quase um intimação às vezes.
“Síndico, você precisa tomar uma atitude”. “Você precisa ir lá falar com esse vizinho”. Ou até “ele tem que ser multado”.
Pessoal, muita calma nessa hora. O Síndico representa a instituição condomínio e responde pelas situações que dizem respeito à coletividade como um todo. Existem situações como essas que eu falei que claramente são pessoais, dizem respeito à relação entre aqueles vizinhos específicos: aquele que externou a reclamação e aquele que supostamente é o responsável pelo ato que incomoda o primeiro.
O que você como síndico tem que fazer numa hora dessas? Se possível, se coloque à disposição para ajudar com uma postura de mediação, de conciliação. Avisa pro vizinho que tá reclamando que você vai procurar cordialmente o outro e conversar sobre a queixa. E aí você chega nesse outro vizinho de uma forma bem sóbria, expõe o que foi colocado, escuta o lado dele (é importante) e tenta solucionar a questão de forma amigável. Tudo às claras, de um jeito franco e respeitoso.
Mas você tem que deixar claro que esse tipo de questão não diz respeito ao condomínio, porque tá restrita ali àqueles vizinhos. Que a sua postura tá sendo no sentido de tentar resolver as coisas numa boa. Só que, se a questão por qualquer motivo não resolver, se a temperatura entre esses vizinhos subir, você tem que firmar sua posição de que você tentou ajudar até onde pode, mas que agora essa questão tem que ser resolvida entre eles com base nas regras de direito de vizinhança. E aí cada um vai buscar tomar a atitude que entender melhor – claro, dentro do direito.
Fazendo dessa forma você não se omitiu diante da situação, mas deixou bem evidente o limite de até onde você pode atuar nesse tipo de caso.
Agora, diferente é a situação de uma queixa que é recorrente e compartilhada por vários vizinhos, registrada no livro de reclamações. Aí você pode parar e considerar se aquilo não está afetando a coletividade do prédio e aí sim, tomar esse problema como sendo do condomínio.
De qualquer forma, o que eu sempre recomendo é que esse tipo de assunto seja discutido e deliberado em assembleia, principalmente se a medida a ser tomada é um pouco mais aprofundada, como por exemplo o ajuizamento de um processo. Assim você vai dar publicidade àquela questão dentro do condomínio e vai ter suas atitudes respaldadas.
Bom, espero que vocês tenham gostado dessa dica e agora eu quero saber: esse tipo de situação acontece no seu condomínio? Como é que esse problema é ou foi tratado? Deixa seu comentário aí que eu quero saber!
Grande abraço e até a próxima!
